domingo, 24 de julho de 2011

MUITO INTERESSANTE A REPORTAGEM PUBLICADA...MAIS INTERESSANTE SÃO AS RESSALVAS

Noticia de: 12 de Julho de 2011 - 14:41

Sidrolândia, ensino fundamental registra até 31,3% de repetência e evasão

O ensino fundamental em Sidrolândia registra indicadores educacionais melhores do que a média estadual e igual a nacional


 
 
Os números do censo escolar/2010 mostram que a exemplo do ensino médio, no ensino fundamental, três em cada 10 alunos matriculados nas escolas públicas em Sidrolândia abandonam os estudos antes de terminar o ano letivo ou não conseguem avançar para a série seguinte.
O reflexo desta situação aparece de forma mais flagrante em algumas escolas, como a estadual Catarina de Abreu, onde 49% dos alunos e na municipal Olinda Brito de Souza, em que mais de 36% dos estudantes tem escolaridade defasada em relação à faixa etária em que se encontram.
O ensino fundamental em Sidrolândia registra indicadores educacionais melhores do que a média estadual e igual a nacional. Enquanto nas escolas públicas da cidade o índice de reprovação e evasão chega a 15%, a média estadual é de 19,8%, e no País, 14,7%. No ensino médio, evasão e repetência chegam a 30,4% (17,8% dos alunos reprovaram e 12,6% abandonaram os estudos)
A Escola Estadual Catarina de Abreu com 23,9% de reprovação e 7,4% de evasão lidera o ranking negativo, enquanto na rede municipal, o pior resultado foi o da Escola Olinda Brito de Souza, com 23,8% de repetência  e 1,5% de evasão.
A Escola Olinda Brito de Souza mantém média de 30,5 alunos por sala, um pouco superior a média do conjunto das escolas públicas da cidade (28 alunos por turma), menor que a do Pedro Aleixo, que ficou com o segundo melhor índice na rede pública:  4,4% de reprovação e 1,2% de evasão. Isto derruba a teoria de se atribuir a dificuldade de aprendizado a concentração de um maior número alunos numa mesma sala.   
Outra tese abalada pelos resultados do censo escolar é a de que alunos de origem humilde, residentes nos bairros mais carentes, tem um rendimento escolar pior por conta das suas dificuldades de sobrevivência, com pouco acesso à leitura.
Tanto a Pedro Aleixo, quanto a Olinda Brito de Souza são localizadas no centro da cidade, portanto, atraem uma clientela com perfil socioeconômico parecido, sem contar que a estrutura das duas escolas (em termos de instalações) tem algo em comum: precisam passar por reforma porque são prédios antigos. Os alunos da Escola Porfirio Lopes do Nascimento tiveram o melhor desempenho, com mais de 96% de aprovação e 3,6 % de repetência.
Algumas escolas da zona rural, onde há salas multisseriadas, em que alunos de séries diferentes estudam juntos com apenas um professor, também apresentaram altos índices de reprovação. No pólo da Escola Cacique Armando Gabriel, a repetência chegou a 21,6%%, enquanto a evasão (alta para o ensino fundamental foi de 6,60%).
 Resultado parecido foi registrado na Escola do Assentamento Eldorado (20% de reprovação) e na Darci Ribeiro, no Assentamento Capão Bonito, 18%. O resultado foi diferente na Escola Arany Barcellos, no Assentamento Jibóia, onde a repetência ficou em 8,2%, índice melhor que de escolas da área urbana, como a Valério Carlos da Costa (com 10%) a Natália Moraes de Oliveira (12%). A Monteiro Lobato, no Capão Bonito II, teve 9% de reprovação.
Pesquisa mostra muitos alunos com defasagem de escolaridade
A combinação de reprovação e evasão escolar produz outro problema do processo de aprendizagem, a distorção idade e aprendizagem.  Esta situação fica evidente na Escola Municipal Olinda Brito de Souza líder do ranking da reprovação na rede municipal (23,8% e 1,5% de evasão).
O censo escolar mostrou que 36,4% dos alunos estão atrasados nos estudos em relação a sua idade, seja porque não foram aprovados, abandonaram a escola antes do término do ano letivo ou simplesmente porque começaram estudar depois dos seis anos, idade mínima recomendada para ingresso no ensino regular. 
No 6º ano (a antiga 5ª série), 45% dos alunos estão atrasados em relação à idade; no 8º ano, chega a 42%. Em contrapartida na Escola Porfiria Lopes, com melhor índice de aprovação, em média só 19,6% estão “atrasados”. No 6º ano (28,3%) e 7º ano (28,4%) a distorção é maior. No Pedro Aleixo, só 14,9% apresentam defasagem idade/série.
Na Escola Catarina de Abreu, que apresentou o maior índice de reprovação no ensino fundamental, no 9º (antiga 8ª série) 54,8% tem escolaridade abaixo do que deveriam ter na faixa etária em que se encontram; no 7º ano, 45% e 44% no 8º ano.
No ensino médio, tem 18% de reprovação, 49,4% dos estados apresentaram defasagem, chegando a 52,8% no 1º ano. Na média dos dois níveis de ensino 49,5% dos alunos estão com defasagem.  No Sidrônio Antunes de Andrade a distorção atinge 28,3% dos alunos.  Entre os alunos do Vespasiano Martins, escola do Quebra Coco, a defasagem atinge 38% dos estudantes. 
Flávio Paes/Região News

IMPRESCINDÍVEL LER  O  COMENTÁRIO: HÁ ALGUNS EQUÍVOCOS
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PROFESSORA MARISTELA
15/07/2011 00:01:39 - Fui diretora da Escola municipal Olinda Brito de Souza e achei muito interessante este artigo, porém, é considerável fazer algumas ressalvas: É um equívoco enaltecer a média de alunos por sala, citando-a com de 30,5 alunos por sala, uma vez que no ano de 2010 (ano base para a emissão deste artigo) as salas dos anos finais do Ensino Fundamental, pivô do índice citado, continha de 35 a 48 estudantes por sala (aproximadamente), o cálculo da divulgação deve ter sido feita pelo nº total de estudantes dividido pelo nº total de salas; enquanto professor(a) considero também um equívoco ser afirmado que \"Isto derruba a teoria de se atribuir a dificuldade de aprendizado a concentração de um maior número alunos numa mesma sala\", pois nós, professores bem sabemos que tal afirmação não é verdadeira, cada escola apresenta uma clientela diferente; Concordo quando é afirmado que \"A combinação de reprovação e evasão escolar produz outro problema do processo de aprendizagem, a distorção idade e aprendizagem\", entretanto, ressalto que há inúmeros fatores que produzem a reprovação, dentre os quais cito \"reprovação por falta, um dos graves problemas encontrados na E.M Olinda (2010), devido ao fato de os estudantes da zona rural (acampamentos, assentamentos e outros)mudarem muito de região e/ou realmente faltarem muito às aulas (e mesmo comunicando os pais ou responsáveis, continuarem faltando) e cito também, a defasagem de aprendizagem (quando o estudante chega no ano escolar em curso com inúmeras dificuldades) e, nesta situação, os professores tem a missão de \"recuperar a aprendizagem\", onde o fazem com muita dedicação e empenho, pois o compromisso dos professores da E.M Olinda engrandece sua profissão; e por fim, é interessante ressaltar um equívoco gravíssimo: a clientela da E.M Olinda é \"totalmente\" diferente da Clientela da E.M Pedro Aleixo, pois a E.M Olinda atende estudantes das seguintes regiões: Cascatinha I e II, Jardim do Sul, uma maioria dos estudantes são oriundos da zona rural, uma pequena parcela do bairro São Bento e uma mínima parcela da região central (ano base 2010), contudo não é o fato de ambas as escolas estarem localizadas na região central, que necessariamente atenderão a mesma clientela. Finalizo afirmando que admiro muito os professores da E.M Olinda Brito de Souza, pois nós sempre nos preocupamos com a qualidade de ensino ofertada aos nossos estudantes e a reprovação é um mal que assola nosso país, mas \"mal pior\" é passar aluno para o ano escolar seguinte sem a aquisição do mínimo de conteúdos, o que faz gerar \"uma bola de neve\" na aprendizagem do estudante e o prejudica por toda a vida escolar. \"Em alguns casos, a reprovação é um mal necessário, para recuperar a aprendizagem do estudante\".